terça-feira, 4 de maio de 2010
Púcaros - Agitação cultural
Ao fim de 15 anos de actividade, o Púcaros Bar mantém a postura inicial. É um ponto de encontro de várias artes e um local de convívio e de tertúlia entre amigos. Para esse espírito é essencial a gestão personalizada do espaço e da programação. Não há freguês habitual que não trate os donos pelo nome próprio, Carlos e Gilda. O Púcaros orgulha-se de ter introduzido as sessões de humor na noite portuense e de ser alfobre de poetas e de «diseurs». As noites de piadas já pertencem ao passado, mas as quartas-feiras poéticas são ainda uma das grandes atracções. Quando a campainha toca, lá para a meia-noite, a vozearia baixa o tom e chegam-se à frente aqueles que querem dizer poesia, de criação própria ou de outrém. Exposições de pintura e de fotografia, sessões de teatro e música ao vivo completam o cardápio cultural. Instalado nas arcadas de Miragaia, o Púcaros estende a rusticidade para lá do nome. As paredes em pedra e o mobiliário em madeira não destoam. A sangria da casa e a permanente boa disposição fazem o resto.
R. Miragaia, 55 Porto
Publicado na Visão em 1 de Abril de 2010
Sahara - Embaixada árabe
A expressão «uma lança em África» tem um contraponto perfeito no Porto. Em plena muralha fernandina, na Ribeira, num dos locais mais típicos da cidade, há uma espécie de «lança» do Norte de África na Invicta. É o bar marroquino Sahara, que aposta na divulgação das tradições muçulmanas. Os produtos marroquinos são os mais procurados pela clientela, entre a qual os portugueses ombreiam com turistas de todas as latitudes. Chá verde com hortelã, cocktails com nomes exóticos, tabacos aromáticos fumados em cachimbos de água e kebabs são algumas das ofertas. As noites de sexta-feira são animadas pela dança do ventre. A música vem do deserto, mas tem influências instrumentais lusitanas, garante o proprietário, Abdelkader Belkerma. A decoração reflecte a riqueza cultural muçulmana. O piso inferir replica um salão árabe, com sofás, mesas, tapeçarias e candeeiros «iguais aos que se encontram em qualquer casa de um muçulmano», explica Belkerma. O andar superior, com almofadas no chão e mesas mais baixas, transporta-nos para as tradições berberes ou nómadas.
Cais da Estiva, 4 Porto
Publicado na Visão em 25 de Março de 2010
Pop - Charme discreto da Foz
Com a Baixa transformada no epicentro da noite portuense, a zona da Foz movimenta-se para reafirmar-se como ponto de encontro dos noctívagos mais elitistas. Ao Twin's e ao Bela Cruz juntou-se, neste segmento, a renovada Pop, discoteca reaberta em finais de Fevereiro. O bom-gosto da decoração e o ecletismo da escolha musical são marcas identitárias de um espaço que antes acolheu a história D. Urraca. O ambiente urbano e elegante convive com traços de um passado sofisticado, como as paredes e os tectos cobertos de espelhos, truque que aumenta a sensação de amplitude, numa área que está longe de ser grande. As primeiras semanas do novo Pop já mostraram que há público receptivo para esta nova proposta, clientes, de distintas faixas etárias, que procuram noites requintadas e um serviço cuidado. A música é um dos segredos da casa, oscilando entre o pop/rock comercial, no início do serão, e a house vocal, que incendeia a pista durante a madrugada.
R. Padre Luís Cabral, 1090 Porto
Publicado na Visão em 18 de Março de 2010
Baixa 22 - À boleia da sangria
Numa homenagem ao eléctrico 22, que circula nas ruas do centro do Porto, abriu, em meados de Janeiro, o bar Baixa 22. O histórico meio de transporte faz um circuito diurno por aquelas que, à noite, são as principais zonas de animação da cidade. O bar também assume um espírito de movimento. Instalado numa antiga carpintaria, não dispõe de muito espaço interior, mas pretende ser uma das paragens obrigatórias no circuito noctívago da Invicta. A ideia é que os clientes se distribuam entre o bar propriamente dito e a rua, muito animada, sobretudo nos meses mais quentes. Mas o estabelecimento não vive só de identificação com o histórico 22, pois a «tracção» não é eléctrica. O «combustível» é a sangria, bebida que dá identidade ao Baixa 22. Os clientes podem escolher uma das três variedades da casa – branca, tinta ou rosé (€3/copo) – ou fazer a sua própria bebida. Para isso, devem optar por uma das quatro bases – diferentes bebidas brancas e frutas – e seleccionar o vinho, de uma carta que vai dos maduros aos espumantes. O resultado é um jarro com dois litros para partilhar com o grupo de amigos. O ambiente tem a descontracção das noites da Baixa. A música, por enquanto sem dj, segue os trilhos R'n'B e hip hop.
Pç. Filipa de Lencastre, 203/206 Porto
Publicado na Visão em 11 de Março de 2010
Costa do Castelo - Boa onda
Abriu há duas semanas, o nome lembra-nos um clássico do cinema português e é uma sequela. O Costa do Castelo Rio está instalado perto da Alfândega do Porto e sucede ao Costa do Castelo, que agitou Leça até finais do ano passado. As primeiras noites mostraram que os clientes habituais já tinham saudades das festas e do espírito descontraído que era apanágio da casa. A explicação é dada pelo proprietário, Mário Gil: «Não temos clientes, mas sim amigos». A nova residência, em frente ao Douro, é inspiradora. A animação já começou a marcar presença neste espaço, sobretudo ao fim-de-semana, quando as noites são mais longas, pautadas pelos sons pop/rock, revivalista e latino. As festas temáticas, momentos altos de criatividade e interacção entre os convivas, são uma das armas da gerência. A mudança de Leça para o Porto abre caminho à experimentção. «Há diferenças de público e queremos experimentar, durante a semana, estilos mais alternativos, como o drum'n'bass ou o funk», revela o proprietário. Neste Costa do Castelo só não encontraremos o actor António Silva em acção, mas a boa disposição contagiante é uma imagem de marca.
R. Monchique, 15/16 Porto
Publicado na Visão em 25 de Fevereiro de 2010
Bazaar - Requintado regresso
Após meio ano de encerramento, o Bazaar reabriu, no final de Janeiro. Não será um renascimento das cinzas, mas é, certamente, uma novidade esperada por muitos. O regresso faz-se em clima de exclusividade, com uma selecção apertada na porta. O objectivo é a criação de um ambiente restrito, com entrada via «guest lists» - o sítio www.bazaar.com.pt explica o que deve fazer. Transposta a porta, encontram-se noites musicalmente ecléticas, a cargo dos dj residentes, João Dinis, Nuno Carneiro, Sininho e Nuno Mendes. As festas temáticas são outros atractivos. A decoração mantém os traços de modernidade que sempre caracterizaram a casa, mas o novo Bazaar só ocupa os pisos superiores do edifício. Ainda assim, há muito por onde escolher, desde as vistas do terraço, à agitação da «dance room». A novidade é o «attic», área de relaxamento, onde os sons chill out convidam a experimentar os pufes e os colchões. No próximo sábado, 20, realiza-se a festa «Pirate's Red Scarf». Nuno Carneiro e a dupla Alternative Soundsystem são os piratas de serviço. O Bazaar estará decorado sob o imaginário do filme “Piratas das Caraíbas”. O «dress code» exige que se ostente um lenço vermelho.
Cais das Pedras, 16 Porto
Publicado na Visão em 18 de Fevereiro de 2010
Duplex - Festa a dobrar
O lema «Music is Our Religion» diz ao que vem o Duplex, bar/club inaugurado em Coimbra, no final do ano passado. A música assume um papel central na animação que, tal como o nome indica, quer ser pelo menos a dobrar. O andar inferior funciona como pista de dança, que encontra ignição na electrónica, sobretudo na house e nas suas diferentes cambiantes. O bar do piso superior e a área exterior pretendem afirmar-se como espaço cultural, abrindo as portas a exposições, lançamentos de livros ou eventos de moda. A música ambiente que ali ecoa vagueia pelo pop/rock, com ramificações revivalistas. Ao fim-de-semana, as noites do Duplex são mais festivas e comerciais. «Noites Académicas», «Ladies Nights» e «Noites Africanas» são os trunfos para durante a semana, quando as festas apontam para o público universitário da «Cidade dos Estudantes». A decoração vive do contraste entre os jogos de luz e o branco do mobiliário e das paredes, criando um ambiente moderno, atractivo para um público urbano que a casa visa seduzir.
R. Lourenço Almeida Azevedo, 24 Coimbra
Publicado na Visão em 28 de Janeiro de 2010
terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
Spot - Ponto de Encontro
A palavra «Spot» pode definir-se como ponto de encontro. Por isso, não podia ser mais adequada a designação escolhida para o bar que abriu no Centro Comercial Stop, na noite de ano novo. O Spot é um ponto de encontro entre a cidade e a galeria comercial onde está instalado. Serve de palco para as bandas que fazem das lojas do Stop a sua sala de ensaios, mas também ali atrai projectos oriundos de outras paragens. A música ao vivo é a impressão digital do Spot, tanto no formato concerto como em jam session – as quintas-feiras recebem as já míticas sessões de improvisação do Uptown. A sexta e o sábado aguardam os principais espectáculos, esperando-se heterogeneidade de estilos. A despedida do fim-de-semana, ao domingo, faz-se com concertos acústicos. Apesar de a agenda de concertos estar bem nutrida para as próximas semanas, nem só de sons vive a programação da casa.O teatro alterna com os espectáculos de jazz, nas noites de quarta-feira. As artes plásticas estão sempre presentes, com exposições mensais, podendo apreciar-se, até final de Janeiro, as fotografias de Rui de Almeida Cardoso, que retratam... concertos.
CC Stop, R. Heroísmo, 329, Loja 138 Porto
Publicado na Visão em 21 de Janeiro de 2010
El Dia que me Quieras - Há Tango na Baixa
A prometida nova vida das Galerias Lumière começa a ganhar forma. A noite de passagem de ano foi viu nascer um projecto com toque internacional. É argentino e tem orgulho nisso. Foi buscar o nome, El Día que me Quieras, a um tango de Carlos Gardel e trouxe para a Baixa do Porto um cheirinho a Buenos Aires. Ali pode beber-se um copo de vinho do país de Maradona, enquanto se saboreia uma empanada. Além dos copos e dos petiscos, promete animação cultural, do teatro à moda, da música ao vivo aos sets de DJ. A programação, que será trabalhada e partilhada pelos novos inquilinos das galerias, vai agitar o átrio do centro comercial, que vai funcionar como uma espécie de pista de dança a todos os bares. Nas noites de Janeiro, o El Día que me Quieras já tem a companhia de um espaço especializado em sobremesas. Dentro de algumas semanas, espera-se a inauguração do Inferno, bar de Fernando Alvim. Quando todos os estabelecimentos se instalarem, as Galerias Lumière, à noite, vão assemelhar-se a uma discoteca com vários bares. Só que estes não serão apenas balcões que disponibilizam bebidas, têm todos uma personalidade própria.
Galerias Lumière, R. José Falcão, Porto
Publicado na Visão em 14 de Janeiro de 2010
Museu D'Avó - Petiscos Fora de Horas
A noite não se faz só de festas, música e copos. O Museu D'Avó, inaugurado em Setembro, tem vindo a demonstrar que as noites também se constroem com encontros de amigos à volta de uma mesa de petiscos. Instalado na Travessa de Cedofeita, num dos pólos mais concorridos da «movida» portuense, o Museu D'Avó tem dupla função. Por um lado, atrai clientela própria, que prefere saídas calmas, que conjuguem o convívio com a satisfação da gula. Por outro lado, este bar é um ponto de passagem para aqueles que pretendem forrar o estômago, antes, a meio ou depois de uma noite de folia. A variedade é grande, dos pimentos padrón ao arroz de marisco, da alheira ao presunto, do caldo verde às bifanas. Os petiscos são servidos num antigo armazém de carpintaria, que estava devoluto há 3 anos. As paredes graníticas e os azulejos dão o toque rústico que convém a um espaço que se afirma pela tradição, do palato à decoração. Pendentes do tecto ou nas vitrinas espalhadas por toda a sala há inúmeras antiguidades, uma assinatura habitual nos espaços de José Albuquerque, como o Museu dos Presuntos ou a Galeria de Paris.
Tv. Cedofeita, 56 Porto
Publicado na Visão em 7 de Janeiro de 2010
Estado Novo - Ditadura da Diversão
A discoteca Estado Novo, Matosinhos, comemora nesta sexta-feira, 25, o décimo quarto aniversário. Ao contrário do regime político com o mesmo nome, a discoteca matosinhense não se serve da noite para fazer buscas e prisões. Antes pelo contrário, este Estado Novo tornou-se conhecido por soltar os noctívagos de qualquer tipo de inibição, dando-lhes a liberdade de se divertirem na pista de dança. A música, sempre ritmada e apelando à dança, abrange diferentes géneros, da house comercial aos êxitos da pop revivalista. A animação semanal começa à quinta-feira, com as famosas festas «Wild Wild Woman», carismáticas noites da mulher da casa matosinhense. As sextas-feiras têm uma clientela mais jovem, seduzida pela música comercial. O inverso acontece aos sábados, quando os sucessos das décadas de 70, 80 e 90 contagiam distintas gerações para a folia.
R. Sousa Aroso, 722 Matosinhos
Publicado na Visão em 24 de Dezembro de 2009
Hit Club Guimarães - Requinte com História
O lustre que atrai as atenções no centro da pista de dança e o mobiliário retro, em tons de negro e branco, são uma espécie de impressão digital do novo Hit Club Guimarães, inaugurado no final de Novembro. Aquelas peças decorativas mostram que o requinte é a meta a alcançar em cada noite, que se quer sempre de folia. «Só podemos falar do novo Hit Club em termos de espaço, porque é evidente a ligação com o histórico Hit Club, que anima a Póvoa desde 1995. As linhas-mestras são as mesmas. O Hit de Guimarães também se dirige a um público bonito e bem formado, que procura alegria, festa e diversão», explica o gerente, Rui Covas. A discoteca oferece três espaços, com diferentes focos de interesse. A pista principal promete borbulhar com a cadência da house comercial. Existe uma outra área onde se ouve e dança a electrónica mais alternativa. A zona VIP agita-se com os sucessos das décadas de 1970, 80 e 90.
Lugar Fundo da Vila, Rodovia de Covas, Urgezes, Guimarães
Publicado na Visão em 17 de Dezembro de 2009
Tendinha dos Clérigos - Culto Massificado
Há 5 anos, ainda a noite da Baixa era um deserto, começou a surgir um rumor de festa vindo dos Clérigos. Cartazes artesanais espalhados pela cidade anunciavam a Tendinha. O rumor acabou por ganhar forma e, muito antes da invasão noctívaga do centro da Invicta, já se dançava na Tendinha dos Clérigos – há uma «irmã» mais velha nos Poveiros - até de manhã. Entretanto instalaram-se cerca de duas dezenas de bares vizinhos, mas a Tendinha não perdeu o encanto. Antes pelo contrário, o culto massificou-se e a animação, sempre com o rock como ignição, continua a abundar. De tal modo que foi necessário ampliar a pista de dança. Para isso, a Tendinha dos Clérigos fechou durante mês e meio e reabriu no dia 27 de Novembro. A cara está lavada, mais colorida e luminosa, mas a alma é a do costume, garante o proprietário, Alberto Fonseca. O próximo fim-de-semana é uma boa altura para conferir a vitalidade da casa. Na sexta, 11, a música é escolhida pelo projecto Le Chat Noir. No dia seguinte, os pratos estão nas mãos do dj Jorge Monteiro.
R. Conde de Vizela, 80 Porto
Publicado na Visão em 10 de Dezembro de 2009
quarta-feira, 6 de janeiro de 2010
V5 - Quinquilharia Chique
Há bares que usam antiguidades como peças decorativas. O V5, inaugurado em meados de Novembro, vai mais longe, apostando na reutilização. A cabina de dj está instalada na parte da frente de um automóvel Riley, de 1969. As prateleiras do bar são feitas com televisores do tempo do preto-e-branco. As pias dos lavatórios já foram bidés, nos idos de 1960. Cada mesa da sala de não fumadores tem uma lamparina a óleo. O único elemento meramente decorativo é aquele que dá nome à casa, uma motorizada SIS Sachs V5. Tudo isto pode – e deve – ser visto no interior de um edifício centenário, com uma bela fachada em madeira. Mas a visita ao V5 impõe-se não só para admirar a decoração. O ambiente é casual e a música prima pelo bom gosto. O rock ainda predomina, especialmente ao fim-de-semana, mas a tendência, garante o proprietário, Pedro Santos, é para a diversificação de géneros musicais, do fado a alguns territórios menos comerciais do electro. No próximo fim-de-semana, o volante do Riley – ou a mesa de dj, como preferir – vai ser ocupada por Dj Xanana, na sexta, 4, e pelo dj set de Xinas, no dia seguinte.
R. Mártires da Liberdade, 216/218 Porto
Publicado na Visão em 3 de Dezembro de 2009
Bonaparte - O Mundo numa Caneca
O Bonaparte que a História tornou famoso tentou impor-se ao mundo pela força. O pub Bonaparte optou pela diplomacia dos sabores. Instalado na Foz, em frente ao mar, já lá vão 32 anos, este histórico ponto de encontro da noite portuense conquista clientes pela qualidade do serviço. Sentados ao balcão ou à mesa, podemos também nós conquistar uma parte do mundo, saboreando as cervejas e as bebidas destiladas vindas de diferentes paragens. Com tantas possibilidades de viajar com o palato, convém experimentar um copo de bom vinho, para que não nos esqueçamos das nossas origens lusitanas. O ambiente, com pouca luz e com pop/rock revivalista como banda sonora, tem a maior fatia do seu charme na decoração, ao estilo dos pubs irlandeses. As madeiras e as antiguidades enchem o espaço e ajudam a torná-lo acolhedor e misterioso. Cenário de passagens de romances de Francisco José Viegas, o Bonaparte é procurado por clientes de diferentes idades e nacionalidades. À sua maneira, o pub da Foz também vai conquistando o mundo: está entre os 50 melhores bares de todo o globo, numa votação «online», no sítio na Internet dos guias «Lonely Planet».
Av. Brasil, 130 Porto
Publicado na Visão em 19 de Novembro de 2009
O Batô - Onda Rock
Ao fim de quase 38 anos de navegação, O Batô persiste na mesma rota. O pop/rock tendencialmente alternativo é o cais de ancoragem, tanto para partidas como para chegadas. Nem a nova gerência, em funções desde Abril, alterou o rumo. A grande mudança deu-se, durante as férias de Verão, com a renovação do mobiliário e a substituição da alcatifa. Mesmo estas modificações seguriam aquele que é o mapa do tesouro para o sucesso da discoteca: manter o espírito da casa, que tanto passa pela música como pela decoração - imitando um barco -, concebida, aquando da abertura d'O Batô, pelo decorador Paulo Guilherme. “Mudámos muito e não mudámos nada. O espírito é o de sempre, a intervenção realizada serviu apenas para transportar o nosso barco para o século XXI, de modo a chegarmos a bom porto”, explica Edgar Rodrigues, o novo timoneiro desta embarcação de longo curso. Entre os sons mais recentes e os sucessos com alguns anos – a «Noite do Baú», na última quinta-feira do mês é um êxito -, O Batô continua a transportar passageiros de todas as idades para noites de folia.
Largo Castelo, 13 Leça da Palmeira
Publicado na Visão em 12 de Novembro de 2009
Treze 14 - Jogo de Contrastes
Quando a noite do Porto está cada vez mais concentrada nas ruas – literalmente – da Baixa, ainda há quem ouse remar contra a maré. É o caso dos três sócios que abriram o Treze 14, no dia 23 de Outubro. Instalado perto da alfândega, de frente para o Douro, o novo bar/club da cidade quer estabelecer-se como pólo de atracção para os noctívagos que procurem alguma diferenciação em relação aos espaços da zona dos Clérigos. A decoração aposta no contraste entre a cultura de rua e o requinte. Três graffities – um no bar de entrada e dois na pista de dança do andar superior – remetem para a liberdade e para a informalidade da rua. As bolas de espelhos e os veludos piscam o olho ao «glamour» da noite mais selecta. A programação também está voltada para o cruzamento de tendências. Ao fim-de-semana ouvem-se e dançam-se ritmos abrangentes, do pop/rock à bossa nova. À quinta-feira predomina a estética electro, que nesta semana, dia 14, está a cargo da dupla Freshkitos.
R. Monchique, 13/14 Porto
Publicado na Visão em 3 de Novembro de 2009
domingo, 29 de novembro de 2009
Bela Cruz - A Magia da Noite
Há quem goste da noite mais eclética, onde cabem todos no mesmo espaço, independentemente da forma como se vestem e da tribo urbana a que pertencem. E há os que preferem a «magia da noite», as horas passadas em frente ao espelho para deslumbrar na pista de uma discoteca que franqueia as portas apenas a alguns. É para estes que aponta o Bela Cruz. A duas semanas de comemorar os 20 anos da discoteca – o café tem mais de cinco décadas de história -, o espaço do Castelo do Queijo está mais elitista do que nunca. Abandonou as «noites da mulher» e aposta em festas temáticas cheias de requinte, associando a discoteca a eventos de moda e a apresentações de carros de alta cilindrada. As festas realizam-se, por norma, à sexta-feira. Para sábado estão guardadas madrugadas a duas velocidades. O início de noite faz-se com música revivalista, deixando a cadência mais forte do house comercial para quando a pista está cheia.
Av. Boavista, 5548 Porto
Publicado na Visão em 22 de Outubro de 2009
Arco da Velha - Ressurreição na Ribeira
A noite da Ribeira parece estar a renascer e nada melhor para consolidar esse movimento do que a reabertura de uma casa histórica. O final de Agosto assistiu a um caso assim, com a inauguração do Arco da Velha, após um encerramento de quase 20 anos. Do antigo «café-concerto pub Arco da Velha» - designação que se lê na placa por cima da porta – mantém-se o mobiliário e o espaço, um piso de entrada, destinado a conversas descontraídas, e uma cave, que funciona como pista de dança e sala de concertos. Tudo o resto é diferente, incluindo a gerência, agora a cargo de Ricardo Nolasco, que pretende transpor para o Porto parte do conceito da discoteca lisboeta Jamaica, onde foi dj. Para isso, as noites de fim-de-semana vão começar com concertos de novas bandas e vão terminar com o pop/rock revivalista. Durante a semana, prevê-se para breve o arranque das Noites de Fado, à terça-feira. Os serões de quarta e quinta estão dominados pelas festas académicas.
R. S. João, 96 Porto
Publicado na Visão em 15 de Outubro de 2009
Três C - Garfos & Pista de Dança
O Três C abriu há pouco mais de um mês, mas já tem um lugar cativo na noite dos Clérigos. Instalado num edifício que já foi armazém de tecidos e onde, até há cerca de um ano, funcionou a loja gourmet «Garfos & Letras», este bar-restaurante assume-se como ponto de encontro, sobretudo para a faixa etária pós-30. No Três C pode-se almoçar e jantar. A refeição nocturna é servida até depois das 23 horas e acaba por fundir-se com o começo de noite, onde mandam as músicas produzidas nas décadas passadas, mas que já ganharam o estatuto de intemporais. Ao fim-de-semana, a pista, curiosamente a funcionar junto à porta, na divisão de entrada, enche-se de animação, sob a batuta do dj residente, Jorge Chibanga. A decoração, com assinatura de Helena Cardoso, casa o contemporâneo com o antigo e o requintado com o rude. A cabina de dj funciona por trás de um andaime de obras e os balcões são contentores de transporte adaptados. Mas as paredes recebem espelhos antigos e o mobiliário provém do início do século passado, num toque de distinção. A abertura de uma pista de dança na cave está a ser pensada para dar resposta à afluência noctívaga.
R. Cândido dos Reis, 18 Porto
Publicado na Visão em 8 de Outubro de 2009
segunda-feira, 2 de novembro de 2009
Janela Indiescreta - Olhar indie sobre o rock
O nome cruza um clássico de Alfred Hitchcock com um género musical e remete para a janela onde são projectadas, para o interior e para a rua, imagens e animações visuais. O bar Janela Indiescreta foi inaugurado em meados deste mês e tem a pretensão de agitar as noites dos amantes dos sons mais alternativos do rock. Ocupando o espaço onde funcionou, até ao início do Verão, o bar Wait, o Janela Indiescreta aprofunda o espírito do antecessor, também ele dedicado ao indie rock. A decoração foi melhorada, mas é na programação que se notam as maiores diferenças. Além de dj sets, o espaço está agora equipado com um palco que recebe concertos de projectos musicais portugueses e estrangeiros. A próxima banda a actuar, no sábado, 26, são os The Portugals. O Janela Indiescreta divide-se um duas áreas. No piso térreo está instalado o bar, ideal para conversas intimistas. Na cave o ritmo é outro, com a pista de dança a chamar todos para a festa mais intensa.
Rua das Oliveiras, 45 Porto
Publicado na Visão em 24 de Setembro de 2009
Aliados Winter Club - Animação de Inverno
O conceito é novo e o espaço está renovado. No edifício que já pertenceu à Pensão Monumental, na Avenida dos Aliados, Porto, abriu na semana passada o Aliados Winter Club. Trata-se de uma versão de Inverno dos mais comuns «beach clubs». À semelhança dos espaços voltados para a diversão estival, o Aliados Winter Club terá um funcionamento sazonal, encerrando, em grande, na noite de passagem-de-ano. Até lá, de quinta a sábado, há que aproveitar uma programação eclética, que cruza concertos de fado e de música pop com festas temáticas, o som das décadas de 1970 e de 1980 com a house, servida por djs convidados nas noites de sexta-feira. O objectivo é cativar públicos diversificados, que se juntem às figuras públicas e caras conhecidas do jet set, cuja presença promete ser assídua. A decoração pode classificar-se como retro-chique, ajudando a transpor para dentro do club a sumptuosidade despojada da principal sala de visitas da cidade, a Avenida dos Aliados. Esta semana destaca-se a Febre de Sábado à noite, no dia 19, que levará a pista ao rubro com os sons das décadas de 70 e de 80.
Av. dos Aliados, 165 Porto
Publicado na Visão em 17 de Setembro de 2009
Kalinichta - Ver-se grego... e gostar
Fomos a Leça e vimo-nos gregos. Ao contrário do que sugere a frase anterior, não passámos por dificuldades naquela localidade costeira. Experimentámos os sabores e o ambiente do bar grego Kalinichta. E recomendamos. Nascido da vontade de prestar tributo ao modo de vida helénico, o Kalinichta simula os pátios que se encontram nas ilhas gregas. Entra-se no bar e é como se saísse para uma típica e estreita rua, ladeada por casas tradicionais, com a mesa posta sob folhas de videira. A música que ali se ouve é grega, tal como os petiscos que se degustam, as «mezedes», equivalente local às castelhanas «tapas». Para acompanhar os sabores tradicionais, nada como os vinhos da mesma proveniência. Como não poderia deixar de ser, a carta de bebidas contempla o «ouzo», uma espécie de licor de anis, que pode ser «traçado» com água, de modo a ficar menos alcoólico. Com mais água, é aperitivo, com menos serve-se como digestivo. A aguardente «metaxa» também se pode ali experimentar. As noites começam com música calma e com a iluminação forte. Com o cair das horas, entra-se numa espécie de lusco-fusco e a cadência sonora acelera. Já o tipicismo mantém-se sempre em alta.
R. Dr. Francisco Sá Carneiro, 293 Leça da Palmeira
Publicado na Visão em 10 de Setembro de 2009
Livraria da Praça - A páginas tantas
Porque mesmo em tempo de férias os dias podem ser agitados, nada melhor do que ter a oportunidade de relaxar depois do jantar. Essa é a proposta da Livraria da Praça, um bar instalado no centro histórico de Viseu. Mesmo funcionando até tarde, diariamente até às 4h00, este bar prima pelo ambiente calmo, uma forma de dar continuidade à livraria que lhe cedeu o espaço e a designação. As exposições - de livros, de fotografia ou de outras artes - ajudam a entreter os visitantes, que podem conversar calmamente, pois a música de fundo é um suave chill out. Os confortáveis sofás também convidam a rodadas de ideias, entre um copo e outro. Onde antes predominavam as palavras impressas dominam agora as palavras ditas, entre amigos. As noites potencialmente mais mexidas são as de sexta-feira, pois estão dedicadas ao revivalismo dos anos 80, uma década musical capaz de pôr o mais circunspecto a bater o pé.
R. Cónego Martins, 13 Viseu
Publicado na Visão em 30 de Julho de 2009
Gato Curioso - Noites surpreendentes
A decoração moderna e os contrastes cromáticos, entre tons de laranja, branco e negro, são a primeira impressão forte para quem cruza a porta. No entanto, há mais para descobrir. E quando o decidir fazer não acredite que «a curiosidade matou o gato». Neste café-bar da Foz a curiosidade e a interacção entre os clientes é um dos objectivos do proprietário, Alberto Vilela. Se é suposto os felinos terem sete vidas, o Gato Curioso tem várias personalidades. Durante o dia, destacam-se os almoços económicos. Ao serão várias coisas podem suceder. As primeiras noites da semana são mais calmas, permitindo dois dedos de conversa, mas também actividades mais solitárias, como navegar na internet através da ligação wireless gratuita. À quinta-feira é possível que um duo de guitarras acústicas esteja em cena. O dj Miguel V é um dos animadores das noites de sexta-feira. As festas temáticas são a imagem de marca dos sábados mais agitados. O Verão traz novidades, como o lançamento de uma carta de cocktails e algumas inovações programáticas, para já no segredo dos deuses.
R. Senhora da Luz, 448 Porto
Publicado na Visão em 23 de Julho de 2009
Sardinha Biba - Clássico minhoto
O Sardinha Biba é já um clássico da noite nortenha. A discoteca bracarense comemorou 19 anos em Junho e continua com a chama bem acesa. Afirmando-se pela selecção rigorosa do público e pelo requinte, nem por isso deixa de ser um espaço de massas. Pelo menos assim o indicam as madrugadas concorridas e animadas. Para isso contribuem as festas temáticas mais elaboradas que concorrem em popularidade com as madrugadas agitadas pelo dj residente, PNT, e pelos artistas convidados para domarem a pista a partir da cabina. Durante o Verão, a área da piscina torna-se um dos grandes atractivos, recebendo festas e passagens de modelos, com os manequins a desfilarem em passarelas sobre a água. Voltada para a festa, a programação musical do Sardinha Biba aposta nos ritmos mais comerciais, da soul à house, balançando pelo funk e pelo disco pop.
Pc. Dr. Cândido Costa Pires, Braga
Publicado na Visão em 2 de Julho de 2009
Casa Agrícola - Noites calmas
O bucolismo da Quinta de Nossa Senhora do Bom Sucesso repousa na memória do século XVIII. A Casa Agrícola, café/bar e restaurante, ocupa o edifício que resta daquele empreendimento. Aberto todos os dias, permite momentos de relaxamento, que ajudam a recuperar do bulício da vida citadina. É um local obrigatório no circuito nocturno da zona da Boavista, mesmo que os tempos mais acelerados façam parte do passado. Ficou a música ambiente de audição fácil, no tom certo para permitir conversas fluídas. As tendências do momento oscilam entre o indie rock e a electrónica, servidas pelos djs que estão de serviço de quarta a sábado. Para o futuro, anunciam-se concertos acústicos, na esplanada durante o Verão e dentro de casa quando as noites arrefecerem. No tempo de estio, as duas esplanadas são as áreas mais concorridas, mas vale a pena visitar o interior. As paredes em granito, o chão em lousa e em soalho, assim como as madeiras pintadas em tons de creme remetem para casas de lavoura, fazendo jus à origem do edifício e dando um toque nostálgico que cai bem neste bar de início de noite.
R. Bom Sucesso, 241/243 Porto
Publicado na Visão em 25 de Junho de 2009
Twin's Baixa - Gémeos falsos
A noite da zona dos Clérigos tem um novo filho, o Twin’s Baixa, inaugurado no final de Maio. Nascido do cruzamento da linhagem requintada da família Twin’s com a mestiçagem de públicos da «movida» do centro do Porto, o recente café/bar promete longas noites de conversa e folia. A decoração, com assinatura de Paulo Lobo, junta o luxo das pirâmides de espelhos e dos candeeiros de pé ao charme retro do soalho e dos balcões de madeira, que recordam o armazém de tecidos que ocupou a incarnação anterior do edifício. Ao contrário dos «irmãos» da Foz e de Lisboa, o Twin’s Baixa tem uma política de porta aberta, sem consumo mínimo. Pretende-se que a selecção seja feita pelo ambiente. E este remete para o código genético da marca Twin’s: música essencialmente revivalista para manter a casa sempre ao rubro. Entre noites com dj e outras com concertos, haverá ainda espaço para os «Desaranjos Musicais», um serão semanal em que os clientes podem subir ao palco para mostrar os seus dotes artísticos. A adaptação do conceito ao público variado da Baixa não disfarça a filiação na marca Twin’s. Chamemos-lhe gémeo falso.
R. Cândido dos Reis, 12 Porto
Publicado na Visão em 11 de Junho de 2009
The Inn Pub - Cervejas e companhia
O primeiro olhar detecta um típico pub britânico, mas uma observação mais atenta revela um espaço sem uma filiação geográfica tão definida. Instalado em frente à Casa da Música, desde Fevereiro, o The Inn Pub ocupa o rés-do-chão de um edifício centenário e propõe noites de conversa, petiscos e, claro, muita cerveja. A bebida à base de cevada está presente numa oferta variada e multinacional, propondo-se ao cliente uma autêntica volta ao mundo em copos de fino. A oferta cobre as cervejas nacionais, mas também russas, belgas, holandesas ou mexicanas. Vinho a copo e cocktails também constam da carta. Para que o prazer não seja apenas líquido, há tapas para entreter os mais gulosos, que podem também fazer o gosto ao dente com um fondue. As noites estivais poderão ser passadas numa esplanada, cuja abertura se prevê para breve. Festas com karaoke e música ao vivo também estão nos planos, para que a animação, que tem vindo a juntar pessoas de diferentes gerações, tenha uma presença mais forte.
Av. Boavista, 719 R/C Porto
Publicado na Visão em 21 de Maio de 2009
Khan el Khalili - Diversão faraónica
O mais famoso mercado da cidade do Cairo, Khan el Khalili, deu o nome a este bar de inspiração egípcia. Mas não foi apenas a designação que trouxe um pouco do Egipto para o Porto. Toda a atmosfera nos transporta para o mundo misterioso e sofisticado da cultura árabe. O bom-gosto do mobiliário importado do país dos faraós dá um toque de requinte que é completado pelas pinturas em papiro, que decoram as paredes, e pelos cinzeiros e bules dourados. A carta de chás comporta cerca de 30 variedades. Uma opção mais fresca passa pelos batidos egípcios, estando ainda disponíveis uns hereges cocktails. Porque a tradição árabe também se faz de fumos aromáticos, as «shishas» permitem experimentar diferentes tabacos. A vertente cultural assenta nos espectáculos de dança do ventre nas noites de sábado, estando previstas outras intervenções artísticas para os serões das sextas-feiras. Quando as noites aquecerem definitivamente, estará aberta uma prometedora esplanada. Visitar o bar Khan el Khalili é como viajar para outras culturas, algo possível de fazer também informaticamente, graças ao wireless gratuito deste espaço.
R. 5 de Outubro, 231 Porto
Publicado na Visão em 14 de Maio de 2009
Poncha no Porto - Já chegámos à Madeira
O primeiro a chegar foi o açoriano Peter Café Sport, com as suas famosas tostas mistas acompanhadas pelo mítico gin tónico. Não querendo ficar atrás, a Madeira também abriu uma «embaixada» na Ribeira. Desde 24 de Abril, o bar Poncha no Porto oferece os sabores e a tradição madeirenses. À falta do mar que caracteriza as ilhas, temos a vista sobre o Douro. Estão convidados os madeirenses que queiram matar saudades, mas também os portuenses e os turistas que pretendam experimentar as diversas variedades de poncha (a partir de €2,5) ou o bolo do caco. A animação vai ser garantida por noites temáticas, nas quais não faltará o karaoke, que permitirá aferir o efeito da poncha sobre as vozes. O Poncha no Porto dispõe de duas salas. A cave, por si só, merece visita: paredes, chão e arcadas em granito dão um tom rústico que combina na perfeição com a arquitectura exterior desta zona nobre, Património da Humanidade.
R. São João, 28/30 Porto
Publicado na Visão em 7 de Maio de 2009
Rendez Vous - Rock classificado
O estilo Arte Nova influenciou a concepção do edifício e levou à sua classificação pelo IPPAR como imóvel de interesse público. A abertura do bar Rendez-Vous, na passagem-de-ano, permitiu outra catalogação de teor mais mundano: um local de interesse para todos os que apreciam a desbunda roqueira. Nado e criado como ponto de encontro de quem procura ouvir e dançar ao som das novas tendências do rock, o Rendez-Vous é mais um dos locais que dá gás ao movimento noctívago na zona dos Clérigos. O piso térreo presta-se ao começo de noite, mais relaxado. A cave está transformada em pista de dança e, a partir de Junho, será palco para concertos de bandas emergentes. Os fins-de-semana ajudam a provar a efervescência daquela zona da cidade e a pista enche-se de um público multigeracional e festivo. As noites durante a semana, uma das apostas arriscadas da casa, são mais calmas, ideais para escutar a música com ouvidos atentos, enriquecendo a cultura rock, enquanto se saboreia uma bebida.
R. Cândido dos Reis, 79 Porto
Publicado na Visão em 30 de Abril de 2009
Real Feitorya - Um copo de som
Os candeeiros de rua e o chão em calçada portuguesa podem fazer-nos pensar que estamos numa avenida. E, de certa forma, assim é. O Real Feitorya, reaberto em finais de 2008, é uma avenida aberta para bons momentos de descontracção. Música ao vivo, teatro, vinhos para degustar e muitas conversas para ter com os amigos são as propostas deste bar, um dos que têm mais história na zona da Ribeira. Fazendo jus ao nome, o Real Feitorya é, ao jeito das feitorias do tempo dos Descobrimentos, um local de troca de experiências e uma embaixada dos produtos portugueses. O vinho, com predomínio do Douro está à cabeça. Mas a música, do fado às novas bandas pop/rock, também se dá a conhecer nos espectáculos de fim-de-semana. As exposições de pintura e de fotografia, assim como de artesanato nacional ajudam a compor o ramalhete de distracções. No piso superior é possível jantar. O bar abre ao final da tarde para que se possa descomprimir de um dia de trabalho, na companhia de um vinho e de umas tapas.
R. Infante D. Henrique, 20 Porto
Publicado na Visão em 23 de Abril de 2009
Blá Blá - Não é só conversa
Apesar do nome, dizer que o Blá Blá é um dos espaços nobres do rock no Porto e arredores não é só conversa. Há 11 anos – a festa de aniversário é amanhã, 17 - que este bar/disco põe a dançar aqueles que não prescindem de um som mais orgânico e menos electrónico. Com nova gerência desde o final de Fevereiro, o Blá Blá promete ser menos alternativo, apostando num caldeirão pop/rock comercial, de onde tanto poderão sair melodias dos U2 como sucessos mais recentes dos Coldplay. Este espaço de Matosinhos pertence agora ao mesmo proprietário da Tendinha dos Clérigos e partilha os dj com aquela casa da Baixa do Porto. Os concertos, que acontecem ocasionalmente, são outro dos motivos de interesse. O vinho ainda é pouco comum em espaços deste género, mas os clientes do Blá Blá dispõem de 15 néctares à escolha na garrafeira. E porque os tempos que vivemos são de crise, a nova gerência resolveu dar uma ajuda, baixando os preços das bebidas.
R. Brito Capelo, 1087 Matosinhos
Publicado na Visão em 16 de Abril de 2009
R. Brito Capelo, 1087 Matosinhos
Publicado na Visão em 16 de Abril de 2009
Twin's - Festas requintadas
O Twin’s é tido como o mais elitista espaço da noite portuense e a fama vem acompanhada de proveito. A localização, na Foz, ajuda. O traço arquitectónico do edifício também. O bom gosto da decoração, assinada por Paulo Lobo, dá um toque decisivo. O conforto dos chãos alcatifados e das poltronas almofadadas faz o resto. Nem os lavabos fogem ao espectro de requinte, pois são forrados com fotografias que recordam momentos altos da casa, desde o ano de abertura, 1974, até aos tempos mais recentes. Num bar/discoteca onde é importante ver e ser visto, a animação não é um pormenor lateral. Faz parte da marca distintiva. A música é dançável e apelativa, oscilando entre os sucessos de 80 e a house mais ritmada. As festas temáticas, muitas delas associadas ao mundo da moda, são um dos cartões-de-visita. Ponto de afluência de distintas gerações, o Twin's mantém-se como um dos locais incontornáveis da noite do Porto, tendo, aliás, exportado o conceito para Lisboa.
R. Passeio Alegre, 1000. Porto
Publicado na Visão em 9 de Abril de 2009
Vintage - Mistura de castas
A enologia ensina que um vinho vintage é proveniente de uma única colheita de excepcional qualidade. Já o bar Vintage (antigo Servartes), no Porto, define-se de forma inversa. É a mistura de safras de castas distintas que lhe dá corpo. Aberto de segunda a sábado, oferece uma panóplia variada de noites temáticas. À terça-feira os clientes são convidados a afinar a voz para o karaoke. A calmaria do chill out toma conta dos serões das quartas. Na primeira quinta de cada mês solta-se o riso com a stand up comedy. Nas restantes quintas e todos os sábados, as colunas agitam-se com a música das décadas de 1970 e de 1980. As sextas são noites de abrir o palco à bossa nova cantada por Marcos Buzana. A multiplicidade de propostas atrai públicos diferenciados, incluindo aqueles que aproveitam os fins-de-tarde para espreitar as exposições da galeria Servartes e que optam por beber um copo e «picar» umas tapas antes do regresso a casa. A elegância da arquitectura e da decoração também ajudam a explicar o sucesso que o Vintage vem alcançando, seis meses depois da inauguração.
R. Constituição, 2105, Porto
Publicado na Visão em 26 de Março de 2009
The Wine Bar - Colheita seleccionada
O vinho pode já não dar de comer a um milhão de portugueses, mas oferece momentos de prazer a muitas pessoas. Foi a pensar nelas que Miguel Almeida criou, em Matosinhos, o The Wine Bar. É um espaço acolhedor, cujo ambiente tem o toque charmoso da rusticidade, dado pelas paredes graníticas e pelo mobiliário retro/clássico. Ao cabo de três meses de actividade, o The Wine Bar vem sendo procurado por clientes de distintas gerações, mas com o gosto em comum pelos prazeres de Baco. A oferta vínica, a copo (a partir de €3) ou à garrafa, percorre várias regiões demarcadas, com predomínio do Alentejo e do Douro. Os néctares estrangeiros também integram a garrafeira e os uruguaios têm grande procura, garante o proprietário. Quem preferir cerveja, encontra ali diversas marcas, todas estrangeiras. As tapas acompanham as bebidas e ajudam a forrar o estômago. Apesar de ser um espaço voltado essencialmente para momentos de conversa e de conjugação de sabores, a música está também presente. Todas as quintas-feiras há actuações ao vivo. Hoje, dia 18, ouve-se jazz com Daniela Maia Trio.
Av. Serpa Pinto, 297, Matosinhos
Publicado na Visão em 19 de Março de 2009
NB Club Coimbra - Biber a Noite
Na terra aonde fores ter, faz como vires fazer. O ditado popular adapta-se na perfeição ao NB Club Coimbra, primeira incursão fora de Viseu do grupo Noite Biba. Inaugurada na sexta-feira, 6, a nova discoteca pretende seguir o ritmo da boémia estudantil. Instalada no coração da cidade, perto das Escadas Monumentais, promete longas noites de folia ao fim-de-semana, mas não só. As festas académicas vão dominar as madrugadas de terça e de quinta-feira, esperando-se celebrações temáticas e promoções de bebidas. As sextas serão noites «Flashback», levando à pista o revivalismo musical das últimas três décadas. A «movida» de sábado vai dançar house comercial, servida pelos dj do grupo Noite Biba, mas também por convidados, nacionais e estrangeiros. A decoração vive dos jogos de luzes, permitindo uma adaptação do ambiente visual ao estado de espírito que domine a casa a momento.
R. Venâncio Rodrigues, 11/17, Coimbra.
Publicado na Visão em 12 de Março de 2009
Club M80 - À moda antiga
Um bar/disco que aposta nos sucessos musicais das décadas transactas e numa selecção cuidada de clientes para receber apenas «gente bonita». Não nos referimos a uma qualquer viagem na máquina do tempo à noite do passado, mas ao recente Club M80, nascido das cinzas do Mexcal, no mesmo espaço, mas com um estilo diferente. O objectivo é agradar a clientes com mais de 30 anos que tenham saudades dos momentos áureos do requinte da noite portuense. No entanto, os mais novos também ali são bem-vindos, desde que se enquadrem nos princípios da casa: têm de gostar da música com passado, tanto nas vertentes mais roqueiras como nas sonoridades de pendor disco. A animação está nas mãos de dj convidados e as festas temáticas contribuem para a folia. Quem optar pelo relaxamento de uma conversa também encontra recantos onde exercitar esse prazer, com as arcadas graníticas como testemunhas.
R. Restauração. 39, Porto
Publicado na Visão em 5 de Março de 2009
Buffalo’s - América com o Porto aqui tão perto
Numa altura em que Barack Obama voltou a colocar os Estados Unidos na moda, Gaia viu nascer o Buffalo’s, um bar de inspiração americana. Pura coincidência, assim como também é obra do acaso a inauguração ter ocorrido escassos dias após o começo do ano chinês do Búfalo. As semelhanças entre o novo bar e o Buffalo’s que fez furor em Matosinhos é que já não são casualidade. A decoração, o mobiliário e o espírito da casa vieram do antigo espaço. Tentando recriar a atmosfera dos bares estadunidenses de beira da estrada, é imensa a parafernália decorativa com valor icónico. Não falta a bandeira dos Estados Unidos, estão lá placas publicitárias de diferentes marcas do país do Tio Sam e pode saborear-se bebidas originárias da América, desde o refrigerante mais famoso do Mundo a marcas de whisky e de cerveja. O Buffalo’s, instalado na zona ribeirinha de Gaia, pretende afirmar-se como bar para início de noite. A música será calma, proporcionando o fundo ideal para conversas e encontros de amigos. As festas temáticas serão uma realidade e, no futuro, espera-se que os concertos também digam presente.
R. Guilherme Gomes Fernandes, 204, VN Gaia
Publicado na Visão de 5 de Fevereiro de 2009
terça-feira, 3 de março de 2009
110 - Música, tapas e artes plásticas
As madrugadas são de copos e de música. As tapas seduzem à hora de jantar. As artes plásticas fazem companhia durante toda a jornada. A diversidade é a marca genética do novo 110, espaço onde também se pode tomar um pequeno-almoço buffet ou almoçar uma refeição económica. Aberto diariamente, excepto nos domingos que sucedem a uma noite de sábado mais prolongada, o 110 é uma opção para um serão de conversa e diversão. Durante a semana, o ritmo é pausado, mas ao fim-de-semana torna-se mais agitado. A música marca presença constante, apostando-se em sons alternativos que vão intercalando com o jazz e a bossa nova que acompanham os jantares de tapas. Os dj sets e as festas temáticas – atenção às festas dos anos 80, pelo menos uma vez por mês! – têm presença garantida. No futuro, a casa pretende abrir portas aos concertos. Instalado perto da Miguel Bombarda, a chamada «rua das galerias», o 110 vai integrar-se no movimento daquela artéria. Até final de Fevereiro poderá apreciar-se uma exposição de pintura e instalação de João Aires. Em Março, haverá nova exposição, aquando da inauguração simultânea nas galerias de Miguel Bombarda.
Rua do Rosário, 110 Porto
Publicado na Visão em 29 de Janeiro de 2009
Super Bock Club B-Flat - Com vista sobre as águas
A linguagem técnica traduz b-flat por si bemol, afinação comum a alguns instrumentos de sopro. Na linguagem da diversão, B-Flat significa «o clube de jazz do Grande Porto». Em comum, as duas linguagens têm o ar. Num caso, o sopro que produz som. No outro, a lufada refrescante que o novo Super Bock Club B-Flat pretende trazer para a noite da região. Ao fim de uma dúzia de anos e na sua terceira morada, o B-Flat continua a inovar. Agora instalado na doca de Leixões, em Leça da Palmeira, cresce para lá da sua vocação inicial. De quarta a sábado há concertos, a imagem de marca da casa. Mas o espaço, com decoração moderna e vista sobre as águas, a partir de Fevereiro estará aberto de segunda a sábado, oferecendo outros motivos para uma visita. O bar é agora também galeria de arte e restaurante, onde se servem almoços e jantares. Como um artista que improvisa em palco, os clientes do B-Flat poderão deixar-se levar pela vontade do momento. Além da música, as opções passam por ver uma exposição ou por tomar uma refeição. E quem disse que não se poderá fazer tudo isto? Afinal, uma banda jazz tem vários solistas.
Estação Passageiros Porto de Leixões, Av. Dr. Antunes Guimarães, Doca 1 Norte, Leça da Palmeira
Publicado na Visão em 22 de Janeiro de 2009
Café au Lait - Mistura saborosa
Da mesma forma que um portuguesíssimo galão concentra as propriedades alimentares do leite e estimulantes do café, também o Café au Lait, instalado na Rua Galeria de Paris, Porto, alia os dias de um café da baixa com as madrugadas mexidas de um bar com personalidade, sediado na artéria mais em voga da noite da Invicta. Nas tardes frias deste Inverno, é irrecusável o convite para escolher um chá ou, por que não, um... café com leite, e deixar-se estar a ler ou a navegar na Internet. Se o apetite der de si, pode sempre optar entre uma salada ou uma tosta mista. Quando a noite cai, é tempo para acordar da letargia invernosa e deixar-se levar pela cadência musical. De quarta a sábado, os pratos rodam nas mãos dos dj convidados, povoando o espaço com os sons da música negra, que ali dita leis, do funk ao hip hop, da soul ao r’n’b. Seguindo o espírito que preside à «movida» da zona dos Clérigos, as portas estão abertas e permitem que se entre e saia sem consumo obrigatório, estimulando o clima festivo, que pode ser regado com um whisky, dos muitos que compõem a carta que é um dos motivos de orgulho de Pedro Araújo, o proprietário do Café au Lait.
R. Galeria de Paris, 46, Porto
Publicado na Visão em 8 de Janeiro de 2009
Hit Club - Três pistas
Tal como o criminoso, que volta sempre ao local do crime, também o Hit Club regressou ao edifício Enseada, junto à praia da Póvoa de Varzim, com o objectivo de matar... o tédio. Depois de uns meses de ausência, a discoteca poveira reabriu com novo ânimo e a adesão popular foi grande logo na inauguração, dia 7 de Dezembro. De então para cá tem vindo a ser cumprido o plano de intenções para uma noite animada e diferenciada, capaz de satisfazer gregos e troianos. As festas temáticas de produção visual mais cuidada alternam com as actuações de dj’s consagrados, estando a diversão multiplicada por três pistas. No centro das atenções encontra-se a área house, em cuja cabina são esperados nomes consagrados da electrónica nacional e internacional. Quem preferir os ritmos latinos e pop/rock também tem um espaço próprio para dançar, o mesmo sucedendo a quem opta pelo som disco, soul e funk. E a praia é mesmo ali ao lado, prometendo deliciosas noites com aroma a maresia para daqui a uns meses, quando a temperatura for mais amena.
Largo do Passeio Alegre, Ed. Enseada, Póvoa de Varzim
Publicado na Visão em 1 de Janeiro de 2009
sábado, 17 de janeiro de 2009
Peter Café Sport - Porto de Abrigo
Não sendo tão antigo como a Muralha Fernandina que alberga a sua versão portuense, na Ribeira, o açoriano Peter Café Sport tem uma história com 90 anos. A inauguração no Porto foi no passado 6 de Dezembro, na primeira aventura a Norte de um projecto que chegou ao Continente – Parque das Nações, Lisboa -, há 10 anos, por ocasião da Expo. O espaço original, na Horta, tornou-se um mítico ponto de encontro entre navegantes e esse conceito foi transposto para o mais recente Peter. Como as navegações hoje são outras, o bar da Ribeira serve de porto de abrigo aos navegantes... da Internet. Ou seja, é um local que acolhe os visitantes da cidade que queiram recorrer ao Couch Surfing, rede informal e gratuita de alojamento para turistas com base na Internet. A adaptação do conceito de navegação é coerente com a decoração, na qual predominam as peças modernas, em contraponto com o estilo mais clássico da casa-mãe açoriana. O que não muda é a simpatia no atendimento, o ambiente familiar e o famoso gin tónico (€3), que pode acompanhar as tostas mistas em pão alentejano.
Cais da Ribeira, 24/25, Porto
Publicado na Visão em 18 de Dezembro de 2008
Theatro Circo Café - O lado certo da noite
Instalado na entrada lateral da sala-mãe, o Theatro Circo Café é uma das possibilidades que se abrem aos noctívagos bracarenses de bom gosto. Ainda que a programação do teatro e do bar/discoteca sejam totalmente independentes, têm um ponto em comum: a procura da qualidade. No caso do Theatro Circo Café, essa busca traduz-se em actuações de dj que não cedem ao facilitismo do ritmo comercial, mas que procuram desbravar novos caminhos da electrónica. Num ambiente em que impera a modernidade e o conforto da decoração e do mobiliário, mas também o espírito cosmopolita da clientela, destacam-se duas noites temáticas. As sessões Mothership são o veículo para a entrada em cena de dj estrangeiros das franjas mais inventivas da electro. As noites On the Rocks enchem a casa com o espírito festivo do electro/rock alternativo. O Theatro Circo Café espraia-se por dois pisos. Logo à entrada está a área lounge, no andar de cima encontra-se o club. Entre o recato das conversas de sofá e a aceleração da pista de dança, a certeza de uma noite sofisticada.
R. Dr. Gonçalo Sampaio, 18, Braga. T. 253041371
Publicado na Visão em 11 de Dezembro de 2008
Àbox - Encostar às boxes
A expressão «encostar às boxes» tem um novo e mais positivo significado em Espinho. A discoteca Àbox, que comemora o terceiro aniversário no próximo fim-de-semana, resolveu cortar na velocidade, apostando numa dosagem mais equilibrada entre a pista de dança e as áreas lounge. Na primeira grande remodelação desde a abertura, a discoteca ganhou, em meados de Novembro, mais espaços com sofás, onde se pode iniciar a noite ou repousar de algumas acelerações rítmicas na pista de dança. O incremento dos recantos lounge, para cativar um público mais adulto, é a principal alteração introduzida neste espaço do complexo lúdico do indoor karting espinhense. No mais, a música mantém-se entre a house comercial e o deep house. Para soprar as velas do terceiro aniversário, a Àbox convida, no sábado, 29, o dj Henri Josh e o mc Katorze. Os motores da festa vão rugir pela noite dentro.
R. 20, Espinho. T. 227319282
Publicado na Visão em 27 de Novembro de 2008
Pinguim Café - O dom da palavra
O Pinguim Café é um dos bares de culto da noite portuense e muito o deve ao dom da palavra. As noites de poesia do Pinguim são famosas e continuam a juntar indefectíveis, semana após semana. Todas as segundas-feiras a cave recebe poetas, declamadores e simples amantes dos jogos de palavras com sentimento anexado. O ambiente é familiar. Querm chega cumprimenta os que já lá estão e (quase) todos têm o à-vontade suficiente para tomar a palavra. Os mais tímidos podem sempre entregar os seus textos originais ao animador dos serões, Rui Spranger, para que este os leia. À quinta-feira o conceito difere, mas a palavra também está na ordem do dia... ou da noite. Fazem-se jogos de escrita surrealista, colando palavras de recortes de jornais. O resultado, quase sempre inesperado, toma forma pela voz de Rui Spranger. As exposições e os concertos são outras presenças assíduas no Pinguim, bar que tem no chocolate quente outra das atracções.
R. de Belmonte, 67. Porto
Publicado na Visão em 20 de Novembro de 2008
Sala 114 - Polivalência fora de horas
A cidade do Porto viu nascer em Outubro um novo espaço voltado para a diversão fora de horas. Chama-se Sala 114 e situa-se na zona industrial. Apesar de localizar-se na área por excelência das discotecas, não é mais um destes estabelecimentos... embora, por vezes, disfarce bem. A novidade introduzida pela Sala 114 é a versatilidade. Enquanto numa noite pode acolher sessões de música electrónica e festas temáticas, noutra semana é o palco quem mais ordena e os concertos são o centro das atenções. Distingue-se das discotecas porque só abre quando tem programação para apresentar e demarca-se das salas de espectáculos porque junta os bares e a envolvência típica da noite aos concertos e peças de teatro que recebe. As primeiras semanas demonstraram a capacidade eclética da Sala 114. Já por lá passou uma maratona de electrónica, uma festa de Halloween e um concerto da estrela emergente Ana Free. Este sábado, 15, é a noite junta um casting, integrado no aniversário da First Models, e um concerto dos Drive by Argument.
R. Manuel Pinto Azevedo, 114, Porto
Publicado na Visão em 13 de Novembro de 2008
O Meu Mercedes é Maior que o Teu - Clássico com motor rock
Se tivesse quatro rodas podia competir nas provas de clássicos da Avenida da Boavista. Como se trata de um bar, O Meu Mercedes é Maior que o Teu não prescinde de acelerar ao ritmo pop/rock alternativo, mas mantém o mesmo poiso de sempre: a Ribeira portuense. Prestes a completar 18 anos, há muito que atingiu a maioridade. Só isso permite que este espaço seja um dos resistentes da noite da Ribeira, que viu partir grande parte dos bares que lhe deram fama. A música é o motor de arranque deste Mercedes. Funcionando como espaço de divulgação de projectos independentes, nacionais e internacionais, abre o palco a bandas novas e consagradas. As paredes e as arcadas graníticas envolvem os visitantes no espírito deliciosamente rude do rock. A coerência estética tem permitido manter clientes fiéis ao longo dos anos, enquanto novas gerações ali vão chegando à procura da adrenalina da velocidade sonora.
R. da Lada, 30, Porto T. 222082151
Publicado na Visão em 6 de Novembro de 2008
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O Meu Mercedes é Maior que o Teu
Casa do Livro - sala de estar
A ideia de criar um bar que se assemelhasse a uma sala de estar foi plenamente conseguida pelos proprietários da Casa do Livro. A penumbra entrecortada pela luz de candeeiros de pé e de parede remete para serões em família. As estantes com livros fazem-nos sentir em casa e não é fácil deixar os volumes repousar como elementos decorativos que são, porque apetece folheá-los, como se na nossa própria sala estivéssemos. A música, mais ritmada e até dançável ao fim-de-semana, mantém-se no tom adequado para que as conversas fluam entre copos de vinho ou chávenas de chá. O mobiliário, retro e confortável, lembra-nos uma casa antiga mas bem posta. Ao fundo, vigilante, uma reprodução d’O Nascimento de Vénus, de Botticelli, dá um toque distinto a esta espécie sala de estar. A família, essa, é grande. Ainda a Rua Galeria de Paris não estava na moda e já a Casa do Livro enchia. O espaço e a programação musical – jazz, blues, bossa nova, funk ou r’n’b – atraem diferentes gerações, o que leva pais e filhos, sem combinarem, a encontrarem-se ali, sob o mesmo tecto. Como se fosse... uma sala de estar.
R. Galeria de Paris, 85. Porto
Publicado em 16 de Outubro de 2008
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