quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

V5 - Quinquilharia Chique


Há bares que usam antiguidades como peças decorativas. O V5, inaugurado em meados de Novembro, vai mais longe, apostando na reutilização. A cabina de dj está instalada na parte da frente de um automóvel Riley, de 1969. As prateleiras do bar são feitas com televisores do tempo do preto-e-branco. As pias dos lavatórios já foram bidés, nos idos de 1960. Cada mesa da sala de não fumadores tem uma lamparina a óleo. O único elemento meramente decorativo é aquele que dá nome à casa, uma motorizada SIS Sachs V5. Tudo isto pode – e deve – ser visto no interior de um edifício centenário, com uma bela fachada em madeira. Mas a visita ao V5 impõe-se não só para admirar a decoração. O ambiente é casual e a música prima pelo bom gosto. O rock ainda predomina, especialmente ao fim-de-semana, mas a tendência, garante o proprietário, Pedro Santos, é para a diversificação de géneros musicais, do fado a alguns territórios menos comerciais do electro. No próximo fim-de-semana, o volante do Riley – ou a mesa de dj, como preferir – vai ser ocupada por Dj Xanana, na sexta, 4, e pelo dj set de Xinas, no dia seguinte.
R. Mártires da Liberdade, 216/218 Porto

Publicado na Visão em 3 de Dezembro de 2009

Bonaparte - O Mundo numa Caneca


O Bonaparte que a História tornou famoso tentou impor-se ao mundo pela força. O pub Bonaparte optou pela diplomacia dos sabores. Instalado na Foz, em frente ao mar, já lá vão 32 anos, este histórico ponto de encontro da noite portuense conquista clientes pela qualidade do serviço. Sentados ao balcão ou à mesa, podemos também nós conquistar uma parte do mundo, saboreando as cervejas e as bebidas destiladas vindas de diferentes paragens. Com tantas possibilidades de viajar com o palato, convém experimentar um copo de bom vinho, para que não nos esqueçamos das nossas origens lusitanas. O ambiente, com pouca luz e com pop/rock revivalista como banda sonora, tem a maior fatia do seu charme na decoração, ao estilo dos pubs irlandeses. As madeiras e as antiguidades enchem o espaço e ajudam a torná-lo acolhedor e misterioso. Cenário de passagens de romances de Francisco José Viegas, o Bonaparte é procurado por clientes de diferentes idades e nacionalidades. À sua maneira, o pub da Foz também vai conquistando o mundo: está entre os 50 melhores bares de todo o globo, numa votação «online», no sítio na Internet dos guias «Lonely Planet».
Av. Brasil, 130 Porto

Publicado na Visão em 19 de Novembro de 2009

O Batô - Onda Rock


Ao fim de quase 38 anos de navegação, O Batô persiste na mesma rota. O pop/rock tendencialmente alternativo é o cais de ancoragem, tanto para partidas como para chegadas. Nem a nova gerência, em funções desde Abril, alterou o rumo. A grande mudança deu-se, durante as férias de Verão, com a renovação do mobiliário e a substituição da alcatifa. Mesmo estas modificações seguriam aquele que é o mapa do tesouro para o sucesso da discoteca: manter o espírito da casa, que tanto passa pela música como pela decoração - imitando um barco -, concebida, aquando da abertura d'O Batô, pelo decorador Paulo Guilherme. “Mudámos muito e não mudámos nada. O espírito é o de sempre, a intervenção realizada serviu apenas para transportar o nosso barco para o século XXI, de modo a chegarmos a bom porto”, explica Edgar Rodrigues, o novo timoneiro desta embarcação de longo curso. Entre os sons mais recentes e os sucessos com alguns anos – a «Noite do Baú», na última quinta-feira do mês é um êxito -, O Batô continua a transportar passageiros de todas as idades para noites de folia.
Largo Castelo, 13 Leça da Palmeira

Publicado na Visão em 12 de Novembro de 2009

Treze 14 - Jogo de Contrastes


Quando a noite do Porto está cada vez mais concentrada nas ruas – literalmente – da Baixa, ainda há quem ouse remar contra a maré. É o caso dos três sócios que abriram o Treze 14, no dia 23 de Outubro. Instalado perto da alfândega, de frente para o Douro, o novo bar/club da cidade quer estabelecer-se como pólo de atracção para os noctívagos que procurem alguma diferenciação em relação aos espaços da zona dos Clérigos. A decoração aposta no contraste entre a cultura de rua e o requinte. Três graffities – um no bar de entrada e dois na pista de dança do andar superior – remetem para a liberdade e para a informalidade da rua. As bolas de espelhos e os veludos piscam o olho ao «glamour» da noite mais selecta. A programação também está voltada para o cruzamento de tendências. Ao fim-de-semana ouvem-se e dançam-se ritmos abrangentes, do pop/rock à bossa nova. À quinta-feira predomina a estética electro, que nesta semana, dia 14, está a cargo da dupla Freshkitos.
R. Monchique, 13/14 Porto

Publicado na Visão em 3 de Novembro de 2009