Chama-se Galeria de Paris. É um bar-restaurante e partilha a designação com a rua onde se instalou. Não é mera coincidência, mas um caso raro de identidade comum. A rua é o centro nevrálgico da agitação noctívaga que assomou à baixa portuense. E o Galeria de Paris é um dos alicerces da «movida». De manhã à noite, o estado de espírito daquela zona da cidade é um reflexo do que se passa no bar. O pequeno-almoço toma-se na penumbra de um lento despertar. O almoço buffet cativa outra movimentação. Os jantares à luz de velas atraem uma ampla clientela que cruza faixas etárias, credos e nacionalidades. A decoração em que predominam diversas antiguidades, é testemunha da partilha do espaço entre comensais e noctívagos mais precoces. Um pianista, um espectáculo de fado ou um número com habilidosos gatos entretêm os convivas. O postigo voltado para a rua vai matando a sede ao número crescente de pessoas que demandam a artéria e o balcão improvisado no exterior torna-se pequeno para tantos pretendentes. Na via pública ou dentro de portas, a noite termina invariavelmente tarde, temperada pela descontracção e pela festa.
R. Galeria de Paris, 56 Porto
Publicado na Visão em 18 de Setembro de 2008
Nenhum comentário:
Postar um comentário