terça-feira, 4 de maio de 2010
Púcaros - Agitação cultural
Ao fim de 15 anos de actividade, o Púcaros Bar mantém a postura inicial. É um ponto de encontro de várias artes e um local de convívio e de tertúlia entre amigos. Para esse espírito é essencial a gestão personalizada do espaço e da programação. Não há freguês habitual que não trate os donos pelo nome próprio, Carlos e Gilda. O Púcaros orgulha-se de ter introduzido as sessões de humor na noite portuense e de ser alfobre de poetas e de «diseurs». As noites de piadas já pertencem ao passado, mas as quartas-feiras poéticas são ainda uma das grandes atracções. Quando a campainha toca, lá para a meia-noite, a vozearia baixa o tom e chegam-se à frente aqueles que querem dizer poesia, de criação própria ou de outrém. Exposições de pintura e de fotografia, sessões de teatro e música ao vivo completam o cardápio cultural. Instalado nas arcadas de Miragaia, o Púcaros estende a rusticidade para lá do nome. As paredes em pedra e o mobiliário em madeira não destoam. A sangria da casa e a permanente boa disposição fazem o resto.
R. Miragaia, 55 Porto
Publicado na Visão em 1 de Abril de 2010
Sahara - Embaixada árabe
A expressão «uma lança em África» tem um contraponto perfeito no Porto. Em plena muralha fernandina, na Ribeira, num dos locais mais típicos da cidade, há uma espécie de «lança» do Norte de África na Invicta. É o bar marroquino Sahara, que aposta na divulgação das tradições muçulmanas. Os produtos marroquinos são os mais procurados pela clientela, entre a qual os portugueses ombreiam com turistas de todas as latitudes. Chá verde com hortelã, cocktails com nomes exóticos, tabacos aromáticos fumados em cachimbos de água e kebabs são algumas das ofertas. As noites de sexta-feira são animadas pela dança do ventre. A música vem do deserto, mas tem influências instrumentais lusitanas, garante o proprietário, Abdelkader Belkerma. A decoração reflecte a riqueza cultural muçulmana. O piso inferir replica um salão árabe, com sofás, mesas, tapeçarias e candeeiros «iguais aos que se encontram em qualquer casa de um muçulmano», explica Belkerma. O andar superior, com almofadas no chão e mesas mais baixas, transporta-nos para as tradições berberes ou nómadas.
Cais da Estiva, 4 Porto
Publicado na Visão em 25 de Março de 2010
Pop - Charme discreto da Foz
Com a Baixa transformada no epicentro da noite portuense, a zona da Foz movimenta-se para reafirmar-se como ponto de encontro dos noctívagos mais elitistas. Ao Twin's e ao Bela Cruz juntou-se, neste segmento, a renovada Pop, discoteca reaberta em finais de Fevereiro. O bom-gosto da decoração e o ecletismo da escolha musical são marcas identitárias de um espaço que antes acolheu a história D. Urraca. O ambiente urbano e elegante convive com traços de um passado sofisticado, como as paredes e os tectos cobertos de espelhos, truque que aumenta a sensação de amplitude, numa área que está longe de ser grande. As primeiras semanas do novo Pop já mostraram que há público receptivo para esta nova proposta, clientes, de distintas faixas etárias, que procuram noites requintadas e um serviço cuidado. A música é um dos segredos da casa, oscilando entre o pop/rock comercial, no início do serão, e a house vocal, que incendeia a pista durante a madrugada.
R. Padre Luís Cabral, 1090 Porto
Publicado na Visão em 18 de Março de 2010
Baixa 22 - À boleia da sangria
Numa homenagem ao eléctrico 22, que circula nas ruas do centro do Porto, abriu, em meados de Janeiro, o bar Baixa 22. O histórico meio de transporte faz um circuito diurno por aquelas que, à noite, são as principais zonas de animação da cidade. O bar também assume um espírito de movimento. Instalado numa antiga carpintaria, não dispõe de muito espaço interior, mas pretende ser uma das paragens obrigatórias no circuito noctívago da Invicta. A ideia é que os clientes se distribuam entre o bar propriamente dito e a rua, muito animada, sobretudo nos meses mais quentes. Mas o estabelecimento não vive só de identificação com o histórico 22, pois a «tracção» não é eléctrica. O «combustível» é a sangria, bebida que dá identidade ao Baixa 22. Os clientes podem escolher uma das três variedades da casa – branca, tinta ou rosé (€3/copo) – ou fazer a sua própria bebida. Para isso, devem optar por uma das quatro bases – diferentes bebidas brancas e frutas – e seleccionar o vinho, de uma carta que vai dos maduros aos espumantes. O resultado é um jarro com dois litros para partilhar com o grupo de amigos. O ambiente tem a descontracção das noites da Baixa. A música, por enquanto sem dj, segue os trilhos R'n'B e hip hop.
Pç. Filipa de Lencastre, 203/206 Porto
Publicado na Visão em 11 de Março de 2010
Costa do Castelo - Boa onda
Abriu há duas semanas, o nome lembra-nos um clássico do cinema português e é uma sequela. O Costa do Castelo Rio está instalado perto da Alfândega do Porto e sucede ao Costa do Castelo, que agitou Leça até finais do ano passado. As primeiras noites mostraram que os clientes habituais já tinham saudades das festas e do espírito descontraído que era apanágio da casa. A explicação é dada pelo proprietário, Mário Gil: «Não temos clientes, mas sim amigos». A nova residência, em frente ao Douro, é inspiradora. A animação já começou a marcar presença neste espaço, sobretudo ao fim-de-semana, quando as noites são mais longas, pautadas pelos sons pop/rock, revivalista e latino. As festas temáticas, momentos altos de criatividade e interacção entre os convivas, são uma das armas da gerência. A mudança de Leça para o Porto abre caminho à experimentção. «Há diferenças de público e queremos experimentar, durante a semana, estilos mais alternativos, como o drum'n'bass ou o funk», revela o proprietário. Neste Costa do Castelo só não encontraremos o actor António Silva em acção, mas a boa disposição contagiante é uma imagem de marca.
R. Monchique, 15/16 Porto
Publicado na Visão em 25 de Fevereiro de 2010
Bazaar - Requintado regresso
Após meio ano de encerramento, o Bazaar reabriu, no final de Janeiro. Não será um renascimento das cinzas, mas é, certamente, uma novidade esperada por muitos. O regresso faz-se em clima de exclusividade, com uma selecção apertada na porta. O objectivo é a criação de um ambiente restrito, com entrada via «guest lists» - o sítio www.bazaar.com.pt explica o que deve fazer. Transposta a porta, encontram-se noites musicalmente ecléticas, a cargo dos dj residentes, João Dinis, Nuno Carneiro, Sininho e Nuno Mendes. As festas temáticas são outros atractivos. A decoração mantém os traços de modernidade que sempre caracterizaram a casa, mas o novo Bazaar só ocupa os pisos superiores do edifício. Ainda assim, há muito por onde escolher, desde as vistas do terraço, à agitação da «dance room». A novidade é o «attic», área de relaxamento, onde os sons chill out convidam a experimentar os pufes e os colchões. No próximo sábado, 20, realiza-se a festa «Pirate's Red Scarf». Nuno Carneiro e a dupla Alternative Soundsystem são os piratas de serviço. O Bazaar estará decorado sob o imaginário do filme “Piratas das Caraíbas”. O «dress code» exige que se ostente um lenço vermelho.
Cais das Pedras, 16 Porto
Publicado na Visão em 18 de Fevereiro de 2010
Duplex - Festa a dobrar
O lema «Music is Our Religion» diz ao que vem o Duplex, bar/club inaugurado em Coimbra, no final do ano passado. A música assume um papel central na animação que, tal como o nome indica, quer ser pelo menos a dobrar. O andar inferior funciona como pista de dança, que encontra ignição na electrónica, sobretudo na house e nas suas diferentes cambiantes. O bar do piso superior e a área exterior pretendem afirmar-se como espaço cultural, abrindo as portas a exposições, lançamentos de livros ou eventos de moda. A música ambiente que ali ecoa vagueia pelo pop/rock, com ramificações revivalistas. Ao fim-de-semana, as noites do Duplex são mais festivas e comerciais. «Noites Académicas», «Ladies Nights» e «Noites Africanas» são os trunfos para durante a semana, quando as festas apontam para o público universitário da «Cidade dos Estudantes». A decoração vive do contraste entre os jogos de luz e o branco do mobiliário e das paredes, criando um ambiente moderno, atractivo para um público urbano que a casa visa seduzir.
R. Lourenço Almeida Azevedo, 24 Coimbra
Publicado na Visão em 28 de Janeiro de 2010
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